"Vi que amava quando
Procurei para ti os versos,
Alvos e brandos,
E não pude encontrá-los.

Vi que o amava então,
Pois a mim pertenciam,
E como deusa eu haveria
De criá-los só para ti.

Sim, vi! E vi ainda
O tamanho de minha desdita,
Por amar-te tanto assim.

Vi, com tristeza e langor,
Ao tocar-te o peito cálido,
O deslizar das notas de marfim.

E a chuva fina primaveril
Levou-te para longe...
Para longe dos meus olhos,
Para que não mais pudesse ver-te.

Esses versos que te pertecem,
Carregam a castidade do meu amor,
Junto ao eflúvio da tarde fria,
Junto aos meus soluços de dor."